terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Memórias de um Sargento de Milícias

Memórias de um Sargento  de Milícias 
Resumo de Obras Literárias
Memórias de um Sargento  de Milícias (1865)
Manuel Antônio de Almeida

1. Sinopse
Publicado inicialmente no jornal Correio Mercantil entre Junho de 1852 e Julho de 1853 na forma de folhetim1, a história de Manuel Antônio de Almeida alcançou um grande sucesso de público, tanto que, logo depois, ganhou forma de livro em dois volumes: o primeiro, saiu ainda em 1853 e o segundo, em 1854.
Basicamente, no decorrer de seus 48 capítulos, o enredo das Memórias de um Sargento de Milícias gira em torno de Leonardo, o primeiro grande malandro da literatura brasileira. Centrando seu foco de atenção nesse personagem principal, Manuel Antônio de Almeida vai compondo um rico painel histórico do Rio de Janeiro no início do século passado, no tempo em que o rei D. João VI, fugindo de Napoleão, instalou no Brasil a corte portuguesa.
Há, por parte dos críticos literários de hoje, uma certa unanimidade em torno das Memórias, que aponta o seu caráter ímpar em relação aos demais livros pertencentes ao Romantismo brasileiro. Enquanto a maioria dos autores românticos, “carregando nas tintas”, tentava construir uma imagem idealizada que representasse o Brasil no campo das artes; o criador de Leonardo – andando aparentemente à margem dessa preocupação nacional – nos apresenta um livro que, à primeira vista, escapa a essa lógica romântica e pontua alguns problemas do país, colocando esse livro numa posição destoante em relação ao próprio Romantismo.
Num primeiro instante, esse aparente deslocamento temático do livro de Manuel Antônio em relação ao problema da afirmação da nacionalidade, que se apresenta de maneira mais explícita, por exemplo, num José de Alencar, é atenuado se observarmos que nas Memórias a questão nacional, antes de estar limitada por um “patriotismo de convenção”, privilegia um olhar direto nas relações sociais desenvolvidas por uma classe social que se vê comprimida entre a elite senhorial e a massa de escravos. Ao centrar fogo nesse segmento da sociedade, o autor contribui, à sua maneira, para esse esforço de caracterização dos problemas relacionados à nacionalidade brasileira sem cair nos exageros do compromisso romântico.
Num segundo instante, um dos principais problemas levantados pelo livro foi detectado pelo crítico Antonio Candido no seu famoso estudo sobre as Memórias. No final de seu ensaio, chamado “Dialética da Malandragem”, o crítico afirma que o livro de Manuel Antônio de Almeida é talvez o único livro em nossa literatura do século XIX que não exprime uma visão de classe dominante.
De fato, podemos dizer que o grande motivo desse livro está centrado nos expedientes usados para a sobrevivência de uma classe social que está posta numa situação intermediária: de um lado, ela se vê despida de qualquer poder de mando, atividade praticamente exclusiva à elite senhorial; e, de outro, se vê distante da noção de trabalho, já que o trabalho era “coisa” de escravo.
Colocada diante de tal impasse, essa classe, representada pelo principal personagem do livro, Leonardo, procura meios de fugir a essa situação de instabilidade social. Uma possível saída se apresenta, por exemplo, no instante em que o nosso herói se torna um agregado na casa do Tomás da Sé. Guardadas as devidas proporções, o caráter simbólico da aceitação de Leonardinho como agregado traduz uma prática comum no funcionamento da sociedade brasileira do século passado.
A condição de agregado, ou seja, de uma pessoa que sem vínculos de sangue passa a viver às custas de uma outra família, é sustentada em cima da relação de favor. Essa realidade mediada pelo favor implica uma atitude inclusive de submissão em relação à família que recebe o agregado. Se no caso do nosso personagem, essa relação é logo desfeita por uma intriga que o conduz à prisão; no caso, por exemplo, de um José Dias, de Dom Casmurro, essa relação é exemplar já que o agregado, como afirma o narrador machadiano, “tinha o dom de se fazer aceito e necessário; dava-se por falta dele, como de pessoa da família” e, ao mesmo tempo, “sabia opinar obedecendo”.
Se, de um lado, o favor é uma característica marcante do livro, como atesta o próprio narrador das Memórias ao afirmar que “já naquele tempo (e dizem que é defeito do nosso) o empenho, o compadresco, eram uma mola real de todo o movimento social”, por outro, há um aspecto importante ligado 
essencialmente ao estilo desenvolvido por Manuel Antônio de Almeida nesse livro. Tal estilo se traduz no tom popular que reveste a linguagem do livro despida do tradicional tom elevado da literatura romântica. Podemos ainda perceber um nítido direcionamento da linguagem no sentido da descrição de cenas e costumes (festas, procissões, etc.) que povoam a cultura dessa “classe social intermediária”. Mediado pelo estilo coloquial e direto que recupera o Português popular da época, esse aspecto popularizante contribui para dar ao livro um tom de crônica jornalística que o afasta ainda mais do universo mental das elites senhoriais brasileiras. 
Vejamos mais de perto o enredo das Memórias, acompanhado as principais peripécias desse primeiro herói malandro: 

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---> Memórias de um sargento de milícias


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